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Lula encontra-se com o presidente do Paraguai no Itamaraty
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O encontro ocorreu durante um impasse em relação tarifa de Itaipu. Santiago Peña é o primeiro presidente recebido por Lula em Brasília em 2024.
- Por Camilla Ribeiro
- 15/01/2024 15h39 - Atualizado há 9 meses
Nesta segunda-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu no Palácio do Itamaraty, o presidente do Paraguai, Santiago Peña.
De acordo com o governo, os temas abordados na reunião incluíram a usina Itaipu Binacional, infraestrutura e o Mercosul.
Este é o primeiro encontro de Lula com um presidente em Brasília em 2024, e aconteceu em meio ao impasse em relação da tarifa cobrada pela energia feita pela usina hidrelétrica de Itaipu, sob administração conjunta do Brasil e Paraguai
Membro ao partido Colorado, Peña ocupa a presidência rotativa do Mercosul.
Assumindo o cargo em agosto do ano passado, ele defende a utilização da usina para impulsionar investimentos no país.
As discordâncias acerca do valor da tarifa levaram o Paraguai a bloquear o orçamento de Itaipu, resultando em possíveis impactos no pagamentos de funcionários e fornecedores, conforme o jornal "Valor Econômico".
O governo brasileiro compartilhou no ano anterior que a tarifa seria fixada em US$ 16,71 por quilowatt (kW) por mês.
Em outubro, Enio Verri, o diretor-geral brasileiro de Itaipu, falou que o Paraguai estava buscando um aumento na tarifa de serviços em aproximadamente 24%.
Os paraguaios almejam que a tarifa retorne a US$ 20,75, valor cobrado em 2022.
Em dezembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu aprovação a tarifa provisória para 2024 em US$ 17,66, inferior dos US$ 20,23 cobrados em 2023.
O montante estabelecido para 2024 ficou menor especialmente porque a dívida de construção da usina foi quitada em fevereiro de 2023, isto é, o custo do empréstimo parou de impactar na tarifa.
Com a quitação do pagamento dos custos relativos à construção da usina, Brasil e Paraguai estão em negociação para ajustar os termos financeiros da parceria.
O anexo C do acordo que viabilizou a obra, assinado em 1973, prevê essa revisão.